No Princípio Era

(do livro A beleza da vida)

Traduzida do búlgaro para o inglês por Doroteia Koparanova, Malinka Koparanova e Steftcho Koparanov


Palestra dominical dada por Beinsa Douno

em 8 de novembro de 1914

Sofia


No princípio era o Verbo

e o Verbo estava com Deus,

e o Verbo era Deus. (João 1, 1)


Este é o problema mais difícil de entender e a questão mais filosófica do cristianismo. Houve muitas controvérsias a respeito desse versículo, interpretado de várias maneiras diferentes por filósofos, pregadores e pessoas de fé. Também na Igreja Ortodoxa houve discussões, conflitos a respeito do Verbo, mas o problema não pode ser resolvido com briga. Literalmente, o que devemos entender pelas palavras “No princípio era o Verbo”? Que princípio é esse? Quando desejam discutir uma questão, os filósofos contemporâneos partem de suposições; tomam algo como princípio e desse modo a explicam. Por exemplo, um pregador negro expunha assim a criação do homem: “Deus trabalhou duro o dia todo e fez o homem do pó, colocou-o em uma prateleira e secou-o durante três dias”. Os ouvintes indagaram: “E onde estava apoiada a prateleira?” “Isto não é da sua conta”, respondeu o pregador. Assim como ele, os filósofos atuais têm cada um sua prateleira, em que secam a Palavra e o ser humano, resolvem questões e dizem: “O homem foi feito de pó e secado em uma prateleira”. Se você lhes pergunta sobre o móvel, eles dizem: “Não é da sua conta”. Mas como encontramos essa prateleira na estrada que percorremos, estamos parando para rodeá-la. Um pastor evangélico, falando sobre o profeta Jonas, dizia: “A baleia lutou e se esforçou durante uma hora inteira, até que finalmente engoliu Jonas”. Do mesmo modo, nós nos sentamos por horas para resolver o problema, mas ele continua sendo um enigma para nós.

No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. A ideia principal aqui é: Verbo. Como entender essa palavra? Ela é o ato racional de Deus, expresso em certas vibrações que podemos perceber. Quando as coisas começam a ser visíveis, tangíveis, abertas para a mente humana, passíveis de ser formuladas e compreendidas, chamamos a isso Verbo. Por exemplo, você pronuncia uma palavra. A palavra amor – quantos elementos ela tem, de quantas letras consiste? Tem seis letras [no idioma búlgaro do início do século XX - liubov]. Se pudesse separar esses elementos, você descobriria do que é feito o Amor em relação às pessoas, ou seja, não em seu sentido primário, mas como se manifesta. Se nos interessamos pelo real sentido de Verbo, do que é Deus, as pessoas que querem resolver o problema chegarão à conclusão exatamente oposta. Não é possível esclarecer algo que não tem forma em si mesmo. Deus é algo sem forma, por isso não podemos defini-Lo. O que Ele é exatamente? Diga-me! Para determinar o que é Deus, você tem de restringi-Lo, colocá-Lo em uma forma e olhar de uma perspectiva humana, em certa posição e lugar. Aqueles que escrevem sobre Deus e o Verbo acham que aclararam a questão. Eles a explicam, mas exatamente como o pregador negro e o pastor evangélico: ou na prateleira, ou na boca da baleia. Contudo, isso não é explicação.

Está escrito No princípio. Por estas palavras, eu entendo o ato racional pelo qual todos os seres, criados por Deus, tornam-se conscientes do fato de terem sido criados por Ele, e começam a trabalhar junto com Ele. Usarei uma analogia. Digamos que a mãe dê à luz uma criança e diga: “O princípio de meu filho pôs-se em marcha”. O princípio de seu filho começou a andar, mas não o da criança racional. Com o que se parece esse princípio? Com choro e gritos – ninguém entende o que o bebê quer dizer. O princípio mencionado na Bíblia é racional. Quando o jovem chega aos 21 anos e começa a pensar, aí podemos afirmar que é o princípio de sua vida racional, isto é, quando existe uma troca correta de pensamentos entre mãe e filho. Portanto, No princípio era o Verbo significa o princípio em que começamos a compreender Deus, em que paramos de berrar diante Dele. Por muitos milênios, as pessoas têm gritado e pedido a Ele isso e aquilo. Para esclarecer minhas palavras de modo científico, aponto que essas são as fases da Vida pelas quais a criança humana tem passado. Esse princípio atravessou bilhões de formas, a partir da menor delas. Como a criança não parava de chorar, Deus precisava costurar roupas novas para ela o tempo inteiro, isto é, transferi-la para um pássaro em determinado momento, para um mamífero em outro. Se chegar o momento em que essa criança cheia de vontades compreenda o princípio, isto significa que o Verbo veio a ela. É por isso que o Evangelista diz: “O princípio está assinalado no livro do Céu como uma forma racional de sistema e ordem”. Todo o mundo começa com a desordem, como barro secado na prateleira. Mas quando você desce dali e fica de pé, será escrito no Céu a seu respeito: No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus – e esse princípio já está na cabeça do ser humano.

Usarei outra analogia para explicar quando esse princípio se põe em marcha: imagine que está navegando contra a corrente em um rio, rumo à sua nascente. Você chega lá e então diz que o rio vem de tal e tal lugar – e termina aí. Sim, é o princípio, e nenhum filósofo pode negá-lo. É o que está visível, mas existem outros princípios que não conhecemos. Pode ser que a água tenha saído do oceano em forma de vapor e viajado pelo espaço, caindo depois como chuva; talvez se tenha movido através das camadas da terra até alcançar a nascente – e por aí afora. Por isso, quando dizemos que tal rio principia nessa ou naquela nascente, isso vale apenas em sentido comum. “No princípio era o Verbo” significa o Princípio racional de toda a humanidade – quando o Verbo apareceu na forma atual em que podemos vê-lo existindo. Naturalmente, estamos longe daquele Princípio. Milhões de anos se passaram desde então, e tudo se tornou confuso.

Vou fazer outra comparação. Se você ler a Epístola de Paulo Apóstolo aos Gálatas, verá que ela fala sobre o Fruto do Amor. Pegue um pedaço de fruta e suponha que exista nele apenas uma semente. Quando a plantar, esse momento será o princípio de seu desenvolvimento. Se você perguntar à árvore que resultou quando foi que seu princípio se pôs em marcha, ela dirá: “Em tal e tal tempo, quando o grão foi semeado”. Entretanto, se alguém perguntar a você o que foi no passado, você pode responder que foi uma semente que Deus plantou no solo para germinar, para estender-se em ramos, florescer e dar frutos que amadurecerão. Nossa Vida racional é como uma árvore. E esse Princípio racional está colocado em nossa cabeça agora. O corpo mostra quantos milhões de anos o homem fluiu para fora do Princípio, afetado pela força do impulso em direção à Terra. A cabeça é o símbolo do Princípio primordial, quando o homem foi semeado.

Não quero me estender demais para explicar tudo isso, que é muito complicado para grande número de pessoas. Não vou me demorar sobre o estado primário do mundo e das forças que agiram sobre ele, nem discorrer sobre a inteligência primeira que estava em ação, etc. São coisas abstratas, sobre as quais até os maiores filósofos silenciaram. Quando era interrogado a respeito, o grande mestre egípcio Hermes apenas apertava os lábios um contra o outro. O que ele queria dizer? Que o homem deveria deixar o corpo para sair e investigar as coisas no próprio lugar delas. Quando se diz que alguém permanece quieto, interpreto esse silêncio como “Saia, vá àquele lugar e pesquise”. Por exemplo, uma pessoa me indaga onde ficam as nascentes do Maritsa [rio que banha a Bulgária e a Turquia, e se origina nos lagos Marichinite, na Montanha de Rila] e eu explico, mas ela não consegue entender; no fim, proponho-lhe ficar em silêncio e ela compreende. Era o que Hermes queria dizer. Alguém me perguntaria como é possível. Se você pergunta, não está em busca desse lugar. Ainda é uma criança que constrói a própria casa; está interessado em brinquedos e bonecas. Muitos milhões de anos precisam passar antes que você se eleve até o nível de estudar essa profunda questão. Aqueles dentre vocês que podem compreender-me vão fechar a boca, e eu lhes direi: “Venham comigo, vamos até lá”. Desse modo já expliquei a questão filosoficamente. Quando se pressionam os lábios, esta é uma solução prática para o assunto, não teórica. Quando me perguntam o que foi o Princípio, o que era o Verbo naquele tempo tão distante, eu convido: “Vamos até lá!” “Não podemos”. Então, divirta-se com seus brinquedos na Terra – construindo casas, casando-se, negociando ou fazendo guerra. Só quando completar todo esse processo de desenvolvimento, quando crescer, tornar-se mais esperto e disser: “Abaixo as bonecas!” – então você encontrará um Mestre que fechará a boca com força e dirá: “Venha comigo”.

As pessoas que querem seguir o caminho de Cristo deveriam ter certa visão da Verdade. Não pense que ela pode ser obtida com muita facilidade; não imagine que o caminho que você está percorrendo agora seja fácil. Não, existem dificuldades. Não que seja extremamente duro, mas existem grandes dificuldades. Quem decide seguir esse caminho precisa estar pronto para ele. A Natureza sempre coloca obstáculos diante de nós – vigas que deveríamos usar sempre, até estarmos prontos para a longa viagem. A questão não é apenas ir, mas chegar. Contudo, você caminha durante um dia, dois, três, e depois diz que nada vai resultar, e volta para trás. E quando as pessoas lhe perguntam que notícias traz, você diz: “Esqueça, é perda de tempo”. Só quando for à fonte Eterna de onde veio a Vida humana, onde estava o Verbo original, compreenderá a forma da humanidade daquele tempo; saberá o que eram os filhos dos homens. O que chamamos a imagem de Deus é uma caricatura para os habitantes da Terra. Quando olho para as pessoas que dizem ter sido feitas à imagem de Deus, rio muito, porque vejo diante de mim apenas seres humanos falsificados, cujos pensamentos, mente e coração estão completamente arruinados. O quadro com a imagem de Deus se deteriorou, já não é o mesmo. Quando o Verbo – pelo qual todas as coisas foram criadas – viu que o que Ele fizera à imagem de Deus tinha sido transformado em caricatura, enviou Cristo para descer do mundo Invisível para a palavra visível, e dizer aos homens iludidos: “Parem de mentir. O que vocês têm agora não é a imagem de Deus, é a imagem de vocês.” Talvez alguém retruque: “No princípio eu fui criado por Deus, nasci Dele”. Como foi que você nasceu de Deus? Aquele Princípio era claro e puro em si mesmo, mas agora há misturas impuras em você.

Assim, para sermos capazes de compreender o significado profundo da doutrina de Cristo, devemos purificar-nos. Purificar-se significa também tornar-se mais leve, que é um ato de organizar, ou seja, é o processo racional em nossa estrutura. O físico se origina da lei pela qual existe um antagonismo entre as forças na Natureza. Existe uma certa força em nós, alguma aspiração a chegar mais perto de Deus, mas simultaneamente há outro princípio, que nos puxa para a Terra. Nossa cabeça está conectada com o Céu e nos atrai para cima, enquanto nosso corpo nos arrasta para baixo, para a Terra. Deste modo estamos crucificados. E como é possível pensar estando crucificado? Quando morrermos, deveria vir um Nicodemos para tirar os pregos, baixar-nos da Cruz, envolver-nos em uma mortalha; assim, ao nos tornarmos mais leves, nós nos levantaríamos. Isso é a Ressurreição. É uma ação pela qual começamos a ver as coisas em seus lugares próprios, começamos a voltar para o Verbo, para Deus.

Você quer que eu fale de Deus. O que posso dizer-lhe enquanto está crucificado? Você ainda não se tornou mais leve. Você diz: “Fale-nos do Amor”. O que posso dizer sobre isso quando você está crucificado e sofrendo? A única coisa possível nessa situação é: suporte, sofra e torne-se um herói no sofrimento. Só posso dar-lhe essa consolação. É essa a liberdade que as pessoas têm – elas precisam passar através do processo de sofrimento, do qual o Próprio Cristo foi um exemplo.

Cristo pôs o Princípio do Verbo em nosso cérebro. O Verbo é um ato de Deus no mundo Espiritual, envolve os Anjos. Assim, os primeiros a sair de Deus foram os Anjos e Deus está neles. Quando o Evangelista diz: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”, quer dizer que, depois dos Anjos, o Verbo desce, toma outra forma e entra no homem. Quando falamos do Verbo que estava com Deus no princípio e era Deus, estamos nos referindo a todos os Seres que passaram por uma evolução diferente da nossa. Eles são algo grandioso, Filhos do pensamento, do racional. Isso não significa que tenham a mesma forma que nós, mas que são seres Racionais. Então, quando Cristo se encarnou em nossa Terra, veio pregar esse Verbo em palavras claras. Nosso discurso é uma tradução do Verbo. Mais de uma vez, falei da tradução real das palavras. Por exemplo, se alguém lhe pergunta como traduzir a palavra rio, ou as palavras fonte, luz, calor, responderemos: luz é a tradução de Verdade, calor é a tradução de Amor, e diremos que existe alguma correlação entre as palavras. Responderemos que assim como a luz ilumina os objetos externos, a Verdade ilumina internamente a mente humana. Que, assim como o calor ajuda as plantas a crescer, o Amor, quando penetra em nós, põe em movimento os sentimentos que fazem o homem brotar e crescer. Quem deseja saber qual era a forma primordial do Verbo precisa traduzir corretamente.

Naturalmente, a palavra Verbo tem um sentido na língua búlgara, e em grego, idioma em que a frase do Evangelho foi escrita, o significado é ligeiramente diferente. Em grego, a palavra começa com l – Logos, e em búlgaro se inicia com c. Isto mostra que as nações grega e búlgara não estão no mesmo lugar, no mesmo campo. Quando a palavra Logos foi escrita em grego, os helênicos aspiravam ao alto, aos Anjos; já a letra búlgara c é símbolo da meia-lua, o que significa que os búlgaros estão situados no lado de trás do mundo Astral, e então não têm luz e recebem-na refletida da Lua. Por isso, podemos dizer, de acordo com o Verbo, que o povo eslavo está decaindo; mas já atingiu o ponto mais fundo possível, e agora vai começar sua nova evolução. É por essa razão que não posso explicar-lhes e vocês não podem entender o Verbo – porque em seu cérebro, em sua mente, a Lua ainda está brilhando; imagens, figuras, tudo é vago em vocês. Entretanto, quando chegar a luz do dia e Cristo vier em uma nova forma, tudo será brilhante e claro.

Então, pela palavra Verbo entendo esse Princípio sábio, que cria e fabrica em nós pensamentos, desejos e ações. Vamos retornar ao Princípio. Todas as contradições, seja na vida pessoal, seja entre as nações, só desaparecerão quando voltarmos a ele. O caminho de retorno é tornar-se mais leve. Se um rio, que flui para baixo a partir de suas fontes e vai para o mar, me perguntasse o que deve fazer para voltar a seu princípio, eu lhe diria que deve evaporar, tornar-se mais leve e elevar-se no ar, a fim de ser novamente levado pelo vento até a fonte, à cabeceira de onde começou a correr. Vocês devem aplicar a mesma lei. Essa é a lei da autonegação. É por isso que Cristo diz: “Se você não negar a si mesmo e não Me seguir, não será salvo”. Você deve negar-se coisas materiais, casas, filhos – com os quais está ligado como se por milhares de cordas. Você diz que quer ir para Deus. Jamais irá a Ele sem cortar as cordas que o amarram. Pregadores e sacerdotes falam do Paraíso, mas estão todos atados. Não fale! Você mente para o mundo. Está ensinando a partir da Lua e vê as coisas com a luz dela. Quando o Sol se elevar em sua mente, então terá outra compreensão do mundo e da Vida: perceberá como são errados seus pontos de vista. É por isso que autonegação significa tornar-se mais leve. Algumas pessoas dizem que não podem negar a si mesmas. Tudo bem, mas então vão descer a encosta rumo aos oceanos. Não existe outro caminho: ou a escalada, ou rolar para baixo. Para subir, fazer-se mais leve, o Sol precisa brilhar dentro de você. A Lua não pode evaporar-nos; bem ao contrário, ela é com frequência o motivo da condensação do vapor. Pela mesma analogia, o primeiro capítulo do Gênesis diz que Deus criou esses dois princípios, o Sol e a Lua, e que neles está encerrada toda a Verdade: a Lua é um processo de descer rumo à Terra, enquanto o Sol é um processo de ascender até Deus. O pôr do sol implica ir para baixo, e o sol nascente significa um processo de nova evolução. É por isso que a Lua lhe conta, a cada vinte e oito dias, a história de sua queda. Se você se pergunta por que caiu, por que não consegue pensar, por que não tem vontade, ela lhe responderá. Suas fases lhe contarão a razão da descida. Então alguém perguntará como se elevar e ir em direção a Deus. Levante-se de manhã quando o Sol está nascendo; olhe para Deus e descobrirá o caminho. Algumas pessoas acham que devem ficar sempre pensando em Deus. Não, você pode ter um pensamento, mas talvez seja necessário satisfazer certas condições para que ele comece a atuar. Embriões de sua salvação foram plantados, mas você só se elevará quando começarem a operar.

Dizem que Cristo veio para salvar o mundo. Salvá-lo de que modo? Quando Ele veio, todos os germes de salvação que estavam assentados durante milhões de anos, digamos, em estado potencial e congelado, degelaram debaixo daquela camada e emergiram da idade do gelo. Não vou agora me pôr a explicar que uma vez a Terra passou pela era do gelo. Também na vida espiritual essa era acontece com frequência. Se é a Lua que brilha em sua mente, você está na idade do gelo – seus animais antediluvianos desapareceram, a vegetação cessou de se desenvolver e você tem apenas um mínimo de vida – tanto quanto a Lua lhe dá. Quer saber o que fazer? O Sol precisa brilhar em você, Cristo precisa nascer em seu espírito, aparecer em seu horizonte, e influenciá-lo através de Seus raios de Verdade.

Você pode dizer que Cristo voltará. É verdade, Ele virá. Quando chegar, onde estará você – no Equador ou no Pólo Norte, na zona temperada ou no Pólo Sul? Leve em consideração sua posição e avalie como os raios de Cristo vão incidir em sua alma – verticalmente ou em ângulo. Todos deveríamos ir para o lugar onde Deus deve encontrar-nos, isto é, a terra Divina. Se fosse clarividente, você veria que havia outra terra também. Se eu decidisse explicar o conceito que os ocultistas têm da Terra, o movimento das esferas, você diria que é melhor não saber essas coisas, para não ser apanhado em uma grande contradição. Vou-lhe dizer por quê. Quando o rádio foi descoberto, os cientistas ficaram com medo e começaram a clamar que todas as teorias e pontos de vista correntes falhariam, e teriam de ser inteiramente revistos; e que, por isso, era melhor a ciência não lidar com esse elemento. Digo que quando o rádio de Cristo chegar, você precisará rever de maneira fundamental, radicalmente, seus conceitos e sua vida.

Então, no versículo que citamos, João se dirige àqueles que compreendem. Esta é a questão mais profunda do Evangelho. As pessoas para quem ele foi escrito a entendiam. Um dia você também começará a compreendê-la. Se você acha que sua mente está confusa, dou-lhe um consolo. “A Lua ainda está brilhando em você.” Quando o Sol brilhar em você, a questão se tornará clara, bastando que seja honesto e esteja no lugar onde Deus decidiu colocá-lo. Seguindo essas leis, as condições para o seu crescimento virão com certeza, você tem apenas de esperar. Aqueles em quem Deus nasceu devem negar-se a si mesmos, tornar-se mais leves, e não rolar colina abaixo. Para dizê-lo em termos filosóficos, seus pensamentos devem ter significado. Devem também ter um objetivo, o objetivo pelo qual você se empenha. Um cristão que deseje assumir suas responsabilidades precisa saber por que cada coisa acontece. Por exemplo, crianças nascem. Por quê? Você diz que Deus quer assim. Você sabe se Deus ordenou que acontecesse assim? Mesmo os bêbados podem dizer: “Deus deu o vinho para que a gente o beba”. Foi Ele mesmo que fez isso, ou fomos nós? Deus criou as uvas, mas o vinho é invenção nossa. Assim também, você toma a farinha e amassa um pão, mas Deus o determinou? Não, foi sua invenção. Você junta duas pedras para moer grãos, mas Deus ordenou que o grão fosse moído para fazer farinha? Não, essa é a sua vontade, porque você não consegue moer os grãos de trigo no seu estômago. Por isso, quando as pessoas dizem que tal coisa é verdade, tal outra é assim, você deveria perguntar-lhes: “É uma Verdade Divina ou é a sua verdade?” – “Mas eu prego Cristo”. Você prega o seu Cristo. “Mas eu prego Deus”. Você prega o seu Deus; não minta para mim! Eu não minto, nem sou alguém a quem se possa mentir. Todo o mundo prega o seu Cristo, o seu Deus. Quando uma moça se apaixona por um rapaz, ele é um Anjo para ela, ela morreria por ele; mas quando se casam, ela começa a acusá-lo de ser um demônio que a está matando. Onde está a razão nesse caso? Do mesmo modo, dizemos que estamos prontos a dar a vida por nosso Cristo, mas, quando nos casamos com o Senhor e vemos que Ele não é o que esperávamos, não O queremos mais e alegamos que Ele é falso. Então, quando dizemos No princípio era o Verbo, de que verbo estamos falando? Do verbo segundo nossa compreensão ou do Verbo primordial, que é o fundamento de todas as pessoas? Do Princípio que nos sustenta a todos e nos conecta em um organismo comum, que se alimenta da mesma seiva – ou de algum outro princípio parasita?

Cada um precisa resolver essa questão e descobrir em que princípio se encontra. Você dirá: “Eu sei”. Ouço sempre a mesma coisa: o homem diz “Eu”, a mulher diz “Eu”, todo o mundo fala “Não há ninguém como eu”, “Eu sou grandioso”. Mas vejo que a pessoa é apenas cinco centímetros da árvore, a outra é só uma folha. Logo, quando o outono chegar, você vai cair da árvore, irá para as raízes, e então compreenderá que existe outro princípio – enquanto um está acima, o outro está abaixo. Cada um precisa saber onde está esse princípio – na raiz ou no tronco; nos galhos grandes ou nos pequenos; nas folhas, no fruto verde ou no maduro, ou na semente. Se, para você, o princípio está na semente do fruto maduro, eu direi: “Você é agora uma pessoa que deve manter-se em movimento para descobrir o Princípio primordial de que fala João”. Se disser que está nas folhas, então precisará esperar muitos milhões de anos. “Eu estou no fruto ainda verde.” Precisa esperar também, até amadurecer. “Mas já estou começando a gerar sementes.” Ótimo, mas pode vir uma tempestade, você pode não suportar e cair de repente da árvore no chão. Como a semente ainda não tem vida em si, de acordo com essa lei, você precisa decair, ir em direção às raízes, através do tronco, crescer de novo e iniciar uma nova vida.

Se tivéssemos mais tempo, eu me demoraria na questão da queda do fruto. Muitas pessoas insistem: “Conte-nos onde estávamos antigamente”. Eu sei onde estavam e que tipo de pessoa foram, poderia falar disso, mas sei o que me responderão. Alguém dirá: “Se é assim, é uma grande mentira”. E quando for dito a alguém de fora, a pessoa insistirá: “É uma grande mentira”. Mas uma mentira é a sombra da Verdade. Você pode mentir até obter a verdade, isto é: ao mentir para alguém, você falseia certa verdade. A mentira é companheira da Verdade. Onde existe Verdade, existe uma mentira também, e vice-versa.

Entretanto, vamos voltar à questão. Como aplicar o princípio racional dentro de nós? Alguém dirá que essa é uma força que age sempre. O que você entende por força que age? Na mente dos cientistas contemporâneos, isso é muito indeterminado. Eles afirmam que é um poder, que se desenvolve, mas como? Asseveram que as coisas são atraídas e reunidas por essa força, mas como? Duas pessoas se dão as mãos e estão reunidas; um ímã atrai aparas. Tudo bem, mas deve haver alguma correlação dentro da atração. Esse poder interior deveria aproximar nossos pensamentos e sentimentos do Princípio racional. Para saber se fomos atraídos por esse Princípio, se nos libertamos da Terra, as contradições precisam ter cessado em nosso interior. É um sinal de que estamos no caminho reto para o Princípio. Enquanto existe luta, estamos entre os dois princípios e parecemos um viajante que perdeu a orientação das quatro direções cardeais; em vez de ir para o leste, ele se dirige para oeste, e só se orienta quando o Sol nasce. Alguém dirá: “O fim chegou”. O fim de quê? Quando um aluno termina o colégio, ele morre? Não, é apenas o fim de seus estudos na escola e o princípio de sua entrada no mundo. Você sabe o que significava primariamente a palavra fim? Uma pessoa corajosa, esperta e habilidosa, que sabe como trabalhar, que pode suportar tudo. Mesmo agora, quando as pessoas dizem: “Chegou o seu fim”, significa que seu trabalho terminou. Quando você acaba de tecer um pano, você o tira do tear e começa a cortá-lo; o fim do trabalho de tecer é o princípio da confecção da roupa. Quando você se veste e as pessoas o elogiam pela bela roupa, não se vanglorie, não foi você que a fez. Em vez de ficar orgulhoso, agradeça ao alfaiate que foi bem sucedido no corte e na feitura da roupa. Algumas pessoas acham que o elogio se refere a elas. Não, é para o alfaiate, e você é apenas sua publicidade. Se a roupa ficar mal costurada, torta, você não vai querer ir a esse costureiro outra vez. Quando se diz a uma pessoa: “Você tem pensamentos nobres”, ela começa a se imaginar grandiosa e se orgulha de si mesma. Espere, os pensamentos não são seus. Dê graças Àquele que os deu a você e não lhe mentiu.

Tendo a mente tempestuosa, você sabe aonde deve ir? Não, não consegue saber. Sua mente está governada por ideias obscuras. Você diz que Cristo é um princípio. Princípio significa início, nascente ou cabeceira. Se for a essa fonte, você provará água pura. Se tomarmos da fonte de Cristo, se bebermos dessa água de Vida, nossos pensamentos e desejos certamente se tornarão mais claros. Então se seguirá ainda outro resultado: nosso corpo se desenvolverá como deve, o sofrimento e a dor desaparecerão, nossa compreensão será correta e seremos capazes de dizer coisas úteis às pessoas e saciar a sede dos sedentos. Cristo falou para aquelas mulheres: “A água que eu lhes darei será uma fonte jorrando copiosamente dentro da alma”. Vocês também vêm aqui toda manhã para beber dessa fonte. Tudo bem, mas eu, que digo a Verdade, que não gosto de mentir nem de ouvir mentiras, desejo que todo o mundo tenha uma bica dessa fonte abundante da qual eu bebo, que a instale em seu quintal para, quando chegarem os tempos, abrir a torneira e beber. Estou me dirigindo àqueles dentre vocês que querem ser discípulos de Cristo. Esses devem montar uma bica de pelo menos um centímetro de comprimento. E quando o mundo entrar em estado de sítio e as pessoas estiverem sedentas, sua bica lhe dará água e você não ficará com sede. A fonte estará em sua alma – esse é o princípio e o fim. Você sabe qual é o fim? O fim das coisas ocorre quando você constrói uma pequena fonte em sua casa, com água do manancial.

Então, vamos considerar nossos pensamentos e desejos como se nos tivessem sido dados. Só precisamos usá-los. O pensamento vem e vai, não é possível segurá-lo. Você acha que pode prender seus pensamentos e desejos? Não, do mesmo modo como a comida passa por você, nossos pensamentos espirituais vêm e vão de acordo com a mesma lei. São formas portadoras de certas seivas de Vida. Use o fluido vital encerrado neles e espalhe o pólen pelo espaço, para preenchê-lo de novo. Se você os mantiver na garrafa por muito tempo, os fluidos irão embora e Deus o responsabilizará. Alguns querem ficar ricos com os pensamentos, mas é fácil alguém vir, pôr a mão neles e roubá-los. Assim como o dinheiro, os pensamentos não têm dono, mas conhecem a pessoa que os possui. Alguém pode entrar em sua cabeça e furtar-lhe os pensamentos. Pode penetrar em seu coração e apossar-se de seus desejos. É o que acontece quando, por exemplo, uma jovem perde o coração e começa a desfalecer, ou os pensamentos de uma pessoa lhe são tomados e ela fica louca. Por quê? – Porque não entenderam a lei básica, segundo a qual cada pensamento e desejo é enviado do mundo Invisível a fim de ser usado e depois liberado no mundo. Quando há movimento, quando há troca de pensamentos e desejos, existe enriquecimento. Em retorno pelos pensamentos e desejos que transmitimos, recebemos seivas de Vida para aplicar. É por isso que Cristo diz: “Eu sou a Vida”. O essencial para nós é a Vida. Deveríamos pôr todos os nossos pensamentos e desejos para funcionar a fim de adquiri-la. Quando a obtivermos, seremos cidadãos livres e iremos àquele Princípio, à fonte Eterna onde podemos saciar a sede.

Quando alguém morre, diz-se: “Ele foi para o além”. Se a semente estiver madura, ele irá para o outro mundo, mas, se não, cairá perto do tronco, ao lado da raiz e não prosseguirá. Uma pessoa acha que está madura. Se realmente estiver, Deus virá, colherá o fruto e o levará para um bom lugar. Portanto, todos deveriam perguntar-se se sua semente está madura. Talvez você diga: “Eu acredito em Cristo”. Tudo bem. “Ele me salvará.” Tudo bem também, mas você ficará caído perto do tronco da árvore por muito tempo, enquanto a semente amadurece dentro de você. Só então terá Liberdade espiritual. A única riqueza que o homem pode levar da Terra para o Céu é esse pequeno embrião. Quando for para o Céu, começará a semeá-lo para uma nova vida, porque a escola está lá e ele também trabalhará. Ali se ensina ciência avançada; para compreendê-la, é preciso ter desenvolvido a capacidade de guiar os próprios pensamentos e desejos na Terra. Se você quer compreender o ensinamento de Cristo e colocar-se na situação do criminoso pendurado à Sua direita, a quem Ele disse: “Hoje você estará Comigo no Paraíso”, deve trabalhar. Alguns dirão que também estão crucificados. Sim, mas de que lado? Se for do lado esquerdo, sinto muito por você: seu sofrimento não o conduzirá ao Céu. Se está crucificado do lado direito, fico contente: sua libertação chegou. Todos os que estão crucificados do lado direito – professores, sacerdotes, filósofos, reis – serão salvos, mas, se você estiver do lado esquerdo, voltará para trabalhar neste mundo. Essa é a lei de Deus.

O Princípio é o lado direito, é Cristo. Significa que você raciocina de acordo com a lei de Deus, a fim de aplicá-la à Vida e não ter duplicidade na mente. Alguns de vocês estão se perguntando: “O que devemos seguir, o que a igreja fala, ou o que este homem prega?” Neste caso, você, meu amigo, tem duas cabeças. Se a igreja e eu estamos pregando e ensinando a Verdade Divina, não pode haver contradição e os resultados devem ser iguais. Em outras palavras, se agimos de acordo com a lei de Deus, a maçã plantada por um sacerdote cresce do mesmo modo que a plantada por mim. Apenas observe o resultado de nossas ações. Por que duvida? Você tem uma vela que lhe permite saber se estou dizendo a Verdade. É como se você me encontrasse e perguntasse se sou negro ou branco. Você tem uma vela, olhe! “Não consigo ver.” Então você está na escuridão. Eu o conheço e posso ver quem é você. Por exemplo, você é evangélico, e diz que não há fé como a sua. Então como é que não conhece a Verdade? Meu amigo, você é uma pessoa, que mente tanto para si mesmo como para outros. A Verdade tem uma única imagem, que é harmonia, autonegação, Virtude, Sabedoria, Retidão. Quando compreender essa imagem, você terá Paz, Calma e Força confiáveis. Aí o mundo pode virar de cabeça para baixo, o mar pode estar encapelado, que você permanecerá calmo, tranquilo e livre como um pássaro que voa com as próprias asas. Se sua asa direita ou esquerda estiver com problemas, você vai cair de cabeça na Terra. E a Terra diz: “Quem tiver apenas uma asa ficará comigo”. Os pecadores são pássaros com uma única asa. Os demônios dizem: “Precisamos de pessoas com uma só asa”, e Cristo fala: “Necessito de pessoas com duas asas”. Temos duas mãos – direita e esquerda; se tivéssemos aprendido as leis para tornar a matéria mais fina, seríamos capazes de voar com elas, elevar-nos e ser livres para deixar o corpo quando nos aprouvesse. Ora, você tem medo da morte e afirma: “Os demônios são espíritos maus, eles nos criarão obstáculos”. O que podem fazer-lhe, uma vez que estão limitados pela mesma lei? Se controlamos ambas as asas e Cristo está dentro de nós, nada precisamos temer. O medo mostra que não estamos com Deus. As Escrituras dizem: “O amor perfeito lança fora todo medo”. Se você está amedrontado, o Amor não habita seu interior.

Agora vocês estão se perguntando de que modo Cristo nos salvará. Que pessoas estranhas vocês são! Quando semearem o grão de trigo, sua salvação chegará e já não haverá anos de escassez. Você quer ser como um Anjo. Como pode sê-lo, se não foi semeado e não brotou? Os Anjos voam como pássaros, e você é planta; como poderia se transformar tão rapidamente? Você pode imaginar quantas são as formas através das quais ainda deve passar! Pela palavra formas quero dizer as forças que você deve controlar. Para ser capaz de mudar uma forma, é necessário conhecer as forças que agem dentro dela, porque elas o limitam. Um exemplo desses limites: você precisa comer três vezes por dia; se não o fizer, não terá boa disposição; se não beber, também ficará indisposto. Alguém diz: “Eu sou forte”. Você é forte só por três dias. “Eu sou patriota.” Se o deixarem com fome por três dias, começará a pensar de modo diferente e pedirá pão. Precisamos obter o pão vivo, que não se extrai apenas da Terra. A Terra é para nós como um agiota. Todos os agiotas e os maus espíritos estão colocados nessa posição, e dizem: “Nós lhe daremos pão, mas a tal e tal preço!” Torne-se mais esperto. Quando aparecem dez homens sábios, eles amarram esse demônio e dizem: “Este grão nos foi dado por nosso Pai do alto”. Portanto, para obter diretamente aquilo que lhe é enviado de cima, mantenha a mente e o coração puros.

No Princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus. Vamos investigar se esse Princípio está conosco, se estamos com Deus e se Deus está conosco. Não digo que você não esteja com Deus. Até afirmo que você existe, vive e se move em Deus, mas Ele não está com vocês todos. Uma pessoa pode ser uma raiz seca; a seiva da árvore funciona, mas nem sempre penetra nela. Se você é uma raiz seca, para que lhe serve Cristo? Não só nós precisamos estar em Deus, como Ele precisa estar dentro de nossa mente e nosso coração.

Agora, o que vocês entenderam da palestra de hoje? Do ponto de vista prático, é importante lembrar o seguinte: cada um deve construir, em seu quintal, uma pequena bica a partir daquele manancial do Princípio e, de agora em diante, não deve aborrecer nem a mim, nem aos sacerdotes. Você diz que nossos sacerdotes não pregam. Eles não são carregadores. Faça você mesmo uma fonte e beba. Você diz que os sacerdotes são maus. Por quê? – Porque não nos dão água. Construa uma fonte do manancial até sua casa e vamos parar de falar sobre esse problema do Oriente. Quando você instalar uma torneira para receber água daquele manancial, todas as disputas desaparecerão. O cientista inglês Drummond explica que consumimos três elementos de maneira contínua: dois deles são o ar e a água, que Deus nos concedeu de graça, mas o terceiro elemento é a comida, pela qual trabalhamos o tempo todo. Se nos tornamos escravos por causa de apenas um desses elementos, qual seria nossa situação se tivéssemos de conseguir os outros dois do mesmo modo complicado? Seria três vezes mais difícil. Um dia, quando nos tornarmos mais sábios, Deus nos dará o terceiro elemento também e então seremos livres. Estamos agora no terceiro estágio de nosso desenvolvimento.

Cristo, que resolveu o problema, declarou: “Eu sou o pão vivo”. Quando Ele vier a nós como pão vivo, todos seremos livres – homens, mulheres, crianças, sacerdotes e professores – e então passaremos a fazer obras maiores, como Deus determinou para nós. Agora, apenas discutimos política – quem tem mais, quem tem menos. Tudo, incluindo as guerras, é baseado em pão, e quando alguém tem todo o pão de que necessita, quer tomar o dos outros a fim de possuir mais. Cristo diz: “Sou o pão vivo, eu resolverei o problema. Serei o Princípio.” Princípio de quê? – Da liberdade, da vida racional, de aquisições racionais, da transformação do mundo. Esse é o Princípio. Por isso, sempre que quiser trabalhar com Jesus Cristo, una-se a esse Princípio. Unido, você terá todo o necessário, o Poder de Cristo será também seu, e todas as pessoas do mundo que estão à direita de Cristo serão suas amigas. Então todos vocês, reunidos, irão com uma vela procurar seus irmãos; e Cristo os aconselhará sobre o que fazer com seus amigos do lado esquerdo. Você voltará à Terra para ajudá-los, até todos – tanto os que estão no lado direito como os do lado esquerdo – voltarem para o Paraíso, para serem um com Cristo. Esse é o Princípio, esse é o Verbo e esse é Deus sobre Quem estou pregando para vocês hoje. O Verbo vivo, que constrói, exalta e transforma o mundo, está dentro de você – é o Cristo vivo.


(fim de ‘No Princípio Era’)














Problema do Oriente – problema de política internacional. Começou em 1453 quando o Império Otomano tomou Constantinopla. Foi parcialmente resolvido pela vitória dos países cristãos sobre a Turquia na Guerra dos Bálcãs em 1913 e, finalmente, quando chegaram ao tratado de paz no fim da Primeira Guerra mundial – entre a Triple Entente e a Turquia, em Mudros, em 30 de outubro de 1918.

Henry Drummond (1851-1897) – Escritor e teólogo escocês, pregador pelo reavivamento da fé, explorador, geólogo.